Chapter 5

NaAntologia portugueza, onde reunimos tudo quanto conheciamos de mais bello e caracteristico da nossa poesia desde o seculo XII até ao presente, apenas pudemos esboçar os alvores do romantismo com um pequeno excerpto de Garrett; noParnaso modernodesenvolvemos este periodo com uma escolha do que tem produzido de melhor a geração de rapazes, que em grande parte constitue hoje a litteratura portugueza contemporanea.Muitos foram os chamados e poucos os escolhidos; lêmos centenares de livros de versos; e no processo da nossa pequena escolha observámos as correntes de banalidade que atrophiaram um grande numero de poetas. Para garantirmos o nosso criterio contra o enfado de uma leitura esteril ou contra a surpreza de uma fórma desconhecida, copiámos materialmente pela nossa mão todas as composições d'este livro. Em Portugal todos são poetas, uns em segredo, como um vicio occulto; outros não passam dos limites ephemeros do jornalismo; outros alentam o fogo sagrado até aos vinte cinco annos, como o sr. Herculano; outros têm a coragem de produzir volumes,e o que mais assombra, continuam a publicar versos depois de directores de secretaria, depois de serem embaixadores e ministros. D'isto mesmo proveiu a difficuldade da selecção; de alguns poetas distinctos nada apresentamos, ou porque não pudemos obter as suas obras, ou quando as alcançámos, já este livro estava quasi impresso.Adoptámos a disposição ethnica, subdividindo oParnasoem lyricos portuguezes, brazileiros e gallegos; na introducção adiante serão explicadas as relações entre estes grupos poeticos, de um modo que nos parece ficar bem patente o espirito por onde se deve renovar o lyrismo moderno. Attendemos sempre á belleza da fórma, aproveitando os typos tradicionaes da estrophe e a estructura mais nova e imprevista; assim nos parece que os futuros cultores da poesia portugueza acharão aqui poderosos estimulos para mais altas concepções.

NaAntologia portugueza, onde reunimos tudo quanto conheciamos de mais bello e caracteristico da nossa poesia desde o seculo XII até ao presente, apenas pudemos esboçar os alvores do romantismo com um pequeno excerpto de Garrett; noParnaso modernodesenvolvemos este periodo com uma escolha do que tem produzido de melhor a geração de rapazes, que em grande parte constitue hoje a litteratura portugueza contemporanea.

Muitos foram os chamados e poucos os escolhidos; lêmos centenares de livros de versos; e no processo da nossa pequena escolha observámos as correntes de banalidade que atrophiaram um grande numero de poetas. Para garantirmos o nosso criterio contra o enfado de uma leitura esteril ou contra a surpreza de uma fórma desconhecida, copiámos materialmente pela nossa mão todas as composições d'este livro. Em Portugal todos são poetas, uns em segredo, como um vicio occulto; outros não passam dos limites ephemeros do jornalismo; outros alentam o fogo sagrado até aos vinte cinco annos, como o sr. Herculano; outros têm a coragem de produzir volumes,e o que mais assombra, continuam a publicar versos depois de directores de secretaria, depois de serem embaixadores e ministros. D'isto mesmo proveiu a difficuldade da selecção; de alguns poetas distinctos nada apresentamos, ou porque não pudemos obter as suas obras, ou quando as alcançámos, já este livro estava quasi impresso.

Adoptámos a disposição ethnica, subdividindo oParnasoem lyricos portuguezes, brazileiros e gallegos; na introducção adiante serão explicadas as relações entre estes grupos poeticos, de um modo que nos parece ficar bem patente o espirito por onde se deve renovar o lyrismo moderno. Attendemos sempre á belleza da fórma, aproveitando os typos tradicionaes da estrophe e a estructura mais nova e imprevista; assim nos parece que os futuros cultores da poesia portugueza acharão aqui poderosos estimulos para mais altas concepções.


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